quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Os manos

Não sei bem perceber esta relação entre os irmãos... A verdade é que os meus não são de sangue, como já referi anteriormente, e embora isso não seja minimamente relevante só os conheci já com 12 anos. Ora, nessa altura já não havia guerras e eu já era crescidinha o suficiente para não andarmos às turras...
Por isto mesmo, para mim é um bocadinho complicado perceber esta dinâmica entre a M. e o T. A verdade é que não conseguem viver um sem o outro mas quando estão juntos tornam-se uns terrores!! Sei que será normal, são os dois ainda muito pequenos, são muito próximos em termos de idades, e são IRMÃOS!
Enchem-me o coração quando não estão juntos e perguntam constantemente pelo outro, com aquela preocupação genuína e quase como se de um sexto sentido se tratasse (no dia da operação do T., quando falámos com a M. ao telefone, ela fez imensas perguntas sobre o irmão - nós tínhamos decidido que não lhe contaríamos nada sobre o que se passava com o irmão para não lhe causar angústia desnecessária. Assim, só no dia em que ela voltou para casa é que lhe expliquei o que tinha acontecido, sem dramas e sem stress associado, uma vez que ela assim que viu o T. percebeu que estava tudo bem . - e não ficou minimamente descansada com as respostas vagas que o pai lhe deu...).
O problema é quando estão juntos... Fazem-me a cabeça em água!! Há dias que dão mesmo cabo de mim, a sério. Andam aos gritos, batem-se, querem sempre o brinquedo que o outro tem, só fazem disparates... E o problema é que a maior parte das vezes, quando estou sozinha com os dois, eu não consigo perceber ao certo quem iniciou a "guerrinha". Se por um lado a M. não gosta que o irmão lhe tire os brinquedos, por outro, ele é terrível para ela e "atira-se" como um leão à irmã... Para ser justa (sou balança, preciso sempre de ser justa), acabam por ficar muitas vezes de castigo os dois... mas nem sempre tenho a certeza de ser a melhor forma de resolver estas coisas...
Recentemente descobri que apesar de tudo isto acontecer com imensa frequência, a verdade é que as coisas correm muito melhor se eu (ou qualquer outro adulto) não interferir e os deixar resolverem os conflitos deles sozinhos... No sábado passado portaram-se LINDAMENTE! Eu andei sempre de volta da lida da casa, entre a cozinha e os quartos e eles estiveram o tempo todo na sala a brincar. Acreditam que nem os ouvi? Por mais do que uma vez fui espreitá-los e estavam até a brincar um com o outro!!! E sem gritos. O dia correu muito melhor e foi TODO o dia assim. Nem queria acreditar. Claro que os elogiei e lhes disse que se tinham portado MUITO bem e que eu estava muito feliz com eles.
Conclusão: nada como deixar as crianças resolverem elas próprias os conflitos que criam (afinal, nós enquanto adultos somos responsáveis por resolvermos os nossos próprios conflitos, portanto nada melhor do que ensiná-los desde cedo).. a verdade é que não estamos, de todo, a protegê-los quando interferimos. Bem pelo contrário.... ao interferirmos estamos a impedir que cresçam sem saberem ceder às necessidades dos outros e sem conseguirem eles próprios entenderem-se e criarem uma relação de amizade, que no final das contas, é o que todos os pais desejam para os filhos: que eles sejam verdadeiros amigos para a vida!!!

1 comentário:

  1. Não há dúvida - és mesmo BALANCINHA! Tanto equilíbrio até dá nervos! :). Mas tens razão, claro. És mãe, és tolerante, és inteligente, és sensível e sabes sempre o que é melhor. Não tenhas tu também dúvidas sobre isso. E os teus filhos são TEUS filhos, portanto... That's the way!

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